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Brinquedo terapêutico

Brinquedo terapêutico

Para a autora, esses materiais podem ser alvos de significações intensas, pois facilitam a sua expressão e a sua criatividade e não direcionam a criança a assuntos que podem ser difíceis de lidar. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê – em seu artigo 16º, inciso III – que brincar e se divertir são direitos fundamentais à liberdade. Além disso, estudos sobre a infância apontam que a atividade é fundamental para o desenvolvimento da criança, sendo determinante para o seu desenvolvimento cerebral, criatividade, habilidades de comunicação, competência social, regulação das emoções, dentre inúmeros outros benefícios para a formação de um indivíduo em sociedade. Há necessidade de instrumentalizar a equipe de enfermagem para que conheça os benefícios da prática do cuidar aliada à terapêutica do brinquedo e para que saiba utilizá-lo de maneira a potencializar tais benefícios.

E eu queria passar um pouquinho disso pra história da boneca, mas que fosse um final diferente da minha vó”, conta a estudante. A primeira versão do SPSAE ocorreu em 2017 junto da 78ª Semana Brasileira de Enfermagem (SBEn) onde foram apresentados trabalhos científicos e discutidos temas relativos à sistematização do cuidado e novas terminologias para o processo de enfermagem como a CIPE. E em junho de 2018 a 2ª versão ocorreu no Hangar Centro de Convenções junto do Congresso Médico-Amazônico e contou com a presença da Profª. Por acreditarmos na eficácia do Brinquedo Terapêutico, iniciamos a aplicação do mesmo aos nossos clientes portadores de Diabetes Mellitus e Oncológicos, realizando procedimentos de teste de glicemia capilar, insulinoterapia, punção venosa e punção de Porth Cath, obtendo uma excelente resposta. Além da patologia física, ela sofre de outra doença, a própria hospitalização, que se não for adequadamente tratada poderá repercutir negativamente na sua saúde mental(11). Os pais devem relatar tudo o que julgarem ser necessário para o profissional, sem receio de pré-julgamentos.

Sugiro que todos os profissionais que vão atuar nessa atividade tenham momentos de formação no que se refere a “contar história” (PP2). Quando a criança estiver sendo submetida ao procedimento acredito que irá ouvir palavras como eletrodo e oxímetro, então será importante estar familiarizada com estas palavras. Sugiro que a história seja contada numa linguagem acessível ao repertório da criança, mas que se utilize também as nomenclaturas corretas dos aparelhos (CH2).

Ludoterapia: a psicoterapia através do brincar

Os cuidados de enfermagem foram realizados com as crianças na unidade do estudo com o auxílio de brinquedos, principalmente de um boneco que simulava os cuidados que a criança iria receber (brinquedo terapêutico instrucional). Primeiramente, os cuidados foram demonstrados no boneco e posteriormente realizados com a criança. A criança teve a oportunidade de manusear os brinquedos e se familiarizar com os instrumentos. Destaca-se que os instrumentos que as crianças utilizaram eram de brinquedo, laváveis e compatíveis com a faixa etária da criança. Cuidados de Enfermagem é toda assistência da equipe de enfermagem ofertada para as crianças e a família, por meio de um atendimento humanizado, favorecendo o relacionamento da criança com a equipe. Para os autores, a enfermagem deve diminuir a separação da família incentivando a permanência do acompanhante e familiares na unidade, reconhecer o papel da família na integração dos cuidados e a utilização do BT no atendimento (SOUZA; FAVEIRO, 2012).

Qual a importância da Brinquedoterapia?

Todos os juízes concordaram em relação à relevância do brinquedo e história, reconhecendo a contribuição da utilização do BTI, como recurso lúdico, no preparo da criança para o procedimento. Constituiu um requisito evidenciado pelos juízes a necessidade de capacitação do profissional, levando-se em consideração que condições como entonação de voz, estabelecimento de uma relação empática e a forma de abordagem da criança pelo profissional podem interferir nos resultados esperados com a utilização desta TE desenvolvida para público infantil. Abreu e Fagundes (2010) encontraram na pesquisa duas perspectivas, o relato dos acompanhantes que afirmam que o brincar dentro do ambiente hospitalar gerou benefícios para as crianças e a negatividade da resposta da equipe, em falar do brinquedo, alegando que o tempo para sua utilização é insuficiente, que a rotina no hospital é muito corrida.

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), os tumores que mais acometem na infância e adolescência são as leucemias, os do sistema nervoso central, e linfomas. Nossa experiência ressalta a grande importância da utilização deste tipo de terapia, como exemplo, podemos citar uma criança de quatro anos portadora de Diabetes Mellitus que recebeu alta hospitalar capacitada para realizar o teste de glicemia capilar auxiliado por familiar sem traumas e/ou stress. Através dessa prática, a criança consegue comunicar-se com o meio exterior, expressando assim seus sentimentos, com mais clareza e naturalidade. […] Esta criança já estava traumatizada de acordo com vários dias de internação, e na hora [da utilização do brinquedo] já mostra estado de melhora […] (A7).

A importância da anamnese e do exame físico para a prática de enfermagem: relato sobre a experiência acadêmica

Assim, com um boneco comum, a equipe de enfermagem explica às crianças o que será realizado e pedem para que estas dramatizem tais procedimentos no brinquedo. O boneco utilizado sofre pequenas intervenções para possibilitar a colocação de sondas, drenos, cateteres e bolsas coletoras. Com isso, os pequenos pacientes perdem o medo do tratamento ou o diminuem e não demonstram resistência ao serem submetidos aos procedimentos da enfermagem(6). Com o intuito de atender a demanda e a necessidade fisiológica da criança que visam à recuperação de sua saúde, os profissionais da equipe de enfermagem, muitas vezes, dedicam pouca ou nenhuma atenção às questões psicológicas e sociais da criança hospitalizada e de sua família. Apesar da existência de uma lei que regulamenta a obrigatoriedade da instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que oferecem atendimento pediátrico com setor de internação, existem instituições que não as possuem. O que mostra a necessidade da continuidade de novas pesquisas, que evidenciem a obrigatoriedade da implantação, aplicação pela equipe multiprofissional e uma abordagem do recurso brincar durante a formação acadêmica e profissional como pré-requisito para a qualidade da assistência.

A INTERVENÇÃO HUMOR EM ENFERMAGEM NUM SERVIÇO DE ORTOPEDIA: ESTRATÉGIAS E BENEFÍCIOS

A oportunidade de a criança representar, no brinquedo, o procedimento doloroso, permite que ela passe do papel de sujeito passivo para o de sujeito ativo, o que torna o brinquedo um meio eficaz para minimizar os efeitos estressantes de um procedimento doloroso. Este instrumento do cuidar deve ser implementado pela enfermagem durante o cuidado à criança como ferramenta capaz de auxiliar na diminuição da ansiedade e do medo(15). A hospitalização ainda tem impactos diferentes no comportamento da criança, pois depende de vários fatores e dentre eles ressalta-se a idade da criança e como o profissional de saúde conduz a sua internação e propedêutica. A criança sai de um ambiente conhecido, com rotinas familiares, para outro totalmente desconhecido, com rotinas diferentes e pessoas estranhas(12).

Desta forma, das dez crianças e seus responsáveis em quem o brinquedo terapêutico foi utilizado para a realização dos cuidados de enfermagem, oito passaram por internações prévias, uma não respondeu a questão e a outra está em sua primeira internação. A possibilidade de escolha dos materiais hospitalares estimulou a iniciativa das crianças que se tornaram mais independentes e comunicativas. A emergência de sentimentos de segurança e a redução da tensão gerada pela hospitalização foram identificadas, nas quais o brinquedo auxiliou na compreensão e na aceitação dos procedimentos realizados, oportunizando brinquedos de bebe à criança a lidar com a realidade. O brinquedo terapêutico foi utilizado como recurso facilitador permitindo o esquecimento da dor e tornando-se benéfico por ser capaz de promover sentimentos positivos e alívio das ansiedades da criança. Com a utilização dos brinquedos verificou-se, também, a liberação de sentimentos de raiva, como uma forma de minimização dos efeitos do processo de hospitalização. Os materiais lúdicos permitiram tornar o ambiente mais favorável e o prazer de brincar pôde dar continuidade ao desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo, pessoal e social da criança.